15 outubro 2014

Como o ser humano tem tratado o seu próximo

Oi pessoas!!! Como vocês estão?

Pois bem, já começo por aqui me desculpando pela demora em postar, e que o tema aqui será em tom de desabafo. Estou passando por uma fase bem delicada, reservada. Muitas vezes procuro me isolar das pessoas e ficar quietinha somente com meus pensamentos, que estão à mil por hora. Parei um pouco com os posts, principalmente sobre o apartamento pois no momento estou preferindo não fazer planos para o futuro, e sim viver o presente. Posso estar sendo um pouco radical quanto a isso, mas a princípio é o que meu coração está me dizendo sobre o que fazer. Quanto mais alto o sonho, maior a queda, e eu não estou a fim de me frustar e me machucar.

E como tenho este espaço para me abrir e relatar as minhas emoções, hoje venho dividir uma cena que presenciei estes dias e que me deixou muito chateada.
Foi no sábado passado, tinha ido até minha sogra buscar minha sobrinha e na volta pra casa, me deparo com duas senhoras em frente uma casa. Uma delas, bem velhinha e debilitada se apoiava na árvore enquanto a outra pedia para que se segurasse, pois iria buscar uma cadeira. Me aproximei e ofereci ajuda. Levei a cadeira até esta senhora e com a maior dificuldade, a senhora sentou a velhinha. Me disse que ela tinha Alzheimer e que havia saído do hospital no dia anterior, estava desenganada pelos médicos e que recebeu alta para morrer em casa, pois já não havia mais nada a ser feito. Também já estava com 81 anos e fazendo hora extra na Terra, só tava dando trabalho. E durante esta pausa na conversa, ela olhou para o lado e a velhinha estava comendo mato, e ligeiramente foi repreendida.
Gente, eu fiquei profundamente magoada com esta situação. Tratei logo de encurtar o papo e sair dali o mais rápido possível, pois achei muita falta de sensibilidade. A pessoa ali apresentando uma melhora significativa (já que segundo me foi dito, nem andar ela conseguia), ao invés de mostrar empolgação pelo avanço, desanda a falar coisas do tipo "ela vai morrer mesmo". Gente, a velhinha não merecia nem um pouco escutar este tipo de coisas! Simplesmente ouvir "só dá trabalho", qual a motivação para se esforçar e melhorar sabendo que é "peso morto" pra família?
Tentei motivar dizendo que Deus é mais e que vai dar tudo certo, para ter fé e logo as coisas melhorariam, mas mesmo assim não tive como mudar, pelo menos por alguns segundos o pensamento daquela mulher.

E aí, poxa vida, comecei a pensar em meus avós, em quanto eles são especiais não só para mim mas para toda a família. Tenho apenas minha avó materna e meu avô paterno, e fico maluca só de imaginar que possa acontecer alguma coisa ou então que alguém queira se aproveitar da bondade de qualquer um deles.

Tenho mais contato com minha avó, pois ela mora mais perto. Já está com 83 anos, mas ela diz que tem bem mais, pois lembra da época em que foi registrada, já era grandinha. Desde que meu avô faleceu ela ficou triste, mas tinha um tempo em que frequentava a Igreja, ia nos bailes da terceira idade para conversar, tinha uma vida mais ativa. Hoje sinto como se ela tivesse perdendo a vontade de viver, anda muito solitária e triste, já não sente mais prazer em tarefas que antes satisfaziam. Quase não sai em público, reclama que tem vergonha das pessoas olharem para ela. Todo ano fazemos uma comemoração de aniversário e é lindo ver a animação dela mediante tanto carinho.
Meu avô já não vejo com tanta frequência. Pelo menos 1 vez ao mês ele vem visitar meu pai em casa. Ao contrário da minha avó, ele é muito ativo e não consegue ficar quieto. Mesmo estando debilitado por sérios problemas de saúde, nada o impede de pegar o ônibus e sair por aí visitando os filhos e amigos. Gosta de contar suas histórias e "causos" compridos, e tem uma ótima memória.

Mediante todo este carinho com meu avós, começo a refletir sobre como estão sendo tratados nossos idosos. Fico indignada com tamanha falta de respeito com quem sempre cuidou tão bem de nós e que na hora de retribuirmos, estamos tratando como se fossem bichos. A vida é um ciclo, onde necessitamos dos nossos pais para tudo quando somos bebês, nos tornamos independentes para novamente precisarmos de cuidados, só que desta vez são os filhos que cuidarão dos pais.

Esses dias repercutiu muito um caso aqui no Paraná, em que a sobrinha "cuidava" da tia idosa e por ela ter feito as necessidades fisiológicas na roupa, foi castigada com um banho frio ao ar livre e tendo o rosto e peito esfregados com muita força com uma vassoura. Não bastasse esse absurdo, ainda foi ofendida com palavras grosseiras e humilhantes.
E agora eu pergunto, um ser humano merece um final de vida assim? Precisava de castigo?
Garanto que esta senhora nunca reclamou de ter que acordar de madrugada para trocar fraldas de um bebê, dedicar todos os momentos do dia para se alegrar com um sorrisinho do filho/neto/sobrinho. Dormir em filas para conseguir vagas em escolas, abrir mão de conforto e de toda uma vida para cuidar de uma criança.
Sei bem disso porque enquanto meus pais trabalhavam, eu ficava sob os cuidados da minha avó. E eu não era uma criança boazinha, fazia manha, era geniosa, tinha dias que não deixava ela nem pentear meu cabelo. E ela fazia tudo com o mais puro carinho, sem reclamar. Então hoje, nada mais justo do que ter paciência e dedicação com aquela pessoa querida que sempre cuidou tão bem, não é?

Fiquei indignada sim! Realmente os ser humano não está sabendo retribuir esses cuidados, não consegue se dedicar à quem mais precisa. Ao invés de amar, está maltratando quem esteve ao lado e foi sempre paciente. Falta de respeito total, fico muito irritada com isso.
Quem ama cuida, quem ama valoriza todo esforço dedicado!


Eu amo meus avós!
Meu avós, Sr. Manoel (carinhosamente chamado de vô Mané) e a Sra. Sebastiana (carinhosamente D. Nena). Cada vez mais tem meu carinho, minha admiração e respeito.



















Eu amo meus pais!
Pai e mãe... sempre irei retribuir o carinho e todos os ensinamentos que vocês dedicaram a mim. Obrigada também por me ensinaram a ser justa, educada e respeitar o meu próximo como se fosse alguém da família, independente da posição social. Obrigado pelas correções mediantes aos meus erros. Por isso pude me tornar o que sou hoje e sentir repulsa do comportamentos desrespeitosos!

Meu pai e minha mãe. Se hoje sou uma pessoa certa e honesta, devo tudo à eles.


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